Em 1992, uma polêmica envolvendo o “Lava Jato Colírios”, na capital mineira, Belo Horizonte, ganhou o mundo.
O local empregava mulheres vestidas com calcinha de biquíni e túnica transparente ,com os seios à mostra, que trabalhavam atendendo os clientes do lugar que apostava na conotação sexual e erótica durante a prestação do serviço.
Dessa forma, logo que a notícia correu, diversas organizações acusaram o local de não cumprir com as normas trabalhistas, como por exemplo, não vestir as funcionárias tradicionalmente, o que levou o estabelecimento a fechar por alguns dias devido a pressão.
Diante disso, o proprietário do ponto, um homem de 37 anos, partiu para o contra-ataque vestindo algumas de suas lavadoras com macacões completamente transparentes, fazendo repercutir ainda mais o assunto.
A reabertura do Lava Jato virou atração da rede americana de TV CNN, que faz reportagens no local. As mulheres lavadoras trabalhavam nove horas por dia num Box no mesmo modelo dos existentes em motéis onde o carro era lavado com motoristas presentes alheios à gravidade da situação.
Polêmica que não era um acontecimento fora da curva do seu tempo, de acordo como o artigo A Erotização da Mulher Relacionada com a Publicidade:
“Nos anos 1990, houve um aumento publicitário, a mulher entrou para o mercado de trabalho, aumentando, assim, a sua participação no poder econômico. As empresas passaram a compreender o papel no qual a mulher exercia na sociedade e a investiram em uma publicidade que se adequasse a ela (..)”.
“(..) A publicidade começou a mostrar uma mulher bonita, elegante, que tinha uma boa vida profissional e amorosa. Desde então, a beleza da mulher começou a se tornar algo obrigatório na publicidade.”
Dito isto, pode se dizer que em todos os aspectos do meio a mulher foi posta como objeto ligado a interesses capitais, tal como na ação extrema da “Lava Jato Colírios” que chamou a atenção pela forma que fez. Um exemplo, também, da erotização dos corpos ocorrida na época.
Foto: Google imagens
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