George Harrison escapou do destino de John Lennon

 




Poucos anos antes de deixar este mundo, George Harrison viveu um episódio tão improvável que parece ter sido escrito para reforçar — com todas as letras — a manchete que ninguém jamais quis ver repetida: ele escapou do destino de John Lennon.

Em 30 de dezembro de 1999, o guitarrista quieto dos Beatles e sua esposa, Olivia, descansavam em sua mansão de 100 cômodos em Friar Park quando receberam uma “visita” que mais parecia saída de um pesadelo pop: um fã armado com uma faca de cozinha, sem limites, sem lógica e sem convite.

Michael Abram atravessou a segurança de um local apelidado de “Fort Knox britânico”, e, já dentro, atacou Harrison antes do amanhecer, ferindo peito, mãos e cabeça.

Mas a história não terminou como a tragédia de 1980. Se o agressor esperava encontrar um casal vulnerável, errou o alvo. Olivia Harrison entrou em ação, interveio com coragem e manteve Abram desacordado até a chegada da polícia, impedindo que o episódio virasse mais uma perda irreparável na história dos Beatles.

Harrison foi levado ao Hospital Royal Berkshire, se recuperou e ainda encontrou espaço para humor, garantindo que o invasor não estava “fazendo teste para os Traveling Wilburys”. 

Enquanto isso, fãs ao redor do mundo reviviam o fantasma de 1980, torcendo para que a história não repetisse seu capítulo mais sombrio. Ringo, Paul e Yoko foram avisados imediatamente — uma mistura de susto, tristeza e alívio que só um “quase desastre Beatle” poderia gerar.

A ironia é gritante: entre todos os Beatles, Harrison era o que levava a vida mais tranquila. Um monge inglês sem túnica, dedicado ao espiritualismo, ao silêncio e aos seus jardins. Em 1999, pouco antes da invasão, os Beatles remanescentes haviam se reunido para homenagear Linda McCartney — sem imaginar que Harrison estava prestes a protagonizar sua própria batalha surreal.

Dois anos depois, em 2001, o músico faleceu aos 58 anos, vítima de câncer de pulmão. Suas cinzas foram lançadas nos rios Ganges e Yamuna, em cerimônia privada, exatamente como ele desejava — longe do caos, longe dos holofotes, longe do destino que levou John Lennon.

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