Teixeira de Freitas 2011 – O Google Street View mapeou a cidade




 Por Daniel Rocha

Teixeira de Freitas, extremo sul da Bahia, teve seu espaço urbano mapeado pelo serviço do Google Street View em 2011. A iniciativa capturou cada detalhe das ruas e estruturas da cidade, tornando-as disponíveis para aplicativos como o Google Maps, permitindo que qualquer pessoa, em qualquer lugar do mundo, pudesse explorar imagens e as rotas de entrada e saída da cidade. Mas quais os benefícios e perguntas que devemos fazer diante disso?

O Google Street View é um serviço presente em todos os Smartfones por meio do aplicativo, e foi lançado nos Estados Unidos em 2007. Ao longo dos anos, gradualmente, o serviço fotografou e mapeou diversas cidades americanas, oferecendo uma visão detalhada de seus espaços urbanos na internet.

No Brasil, o país latino-americano pioneiro a fazer parte do catálogo do Google Street View, o trabalho de registro começou pelas principais capitais, como São Paulo e Rio de Janeiro, em 2010. Essa iniciativa despertou preocupações entre alguns moradores e jornalistas.

Um colunista do jornal O Estado de São Paulo, Christian Carvalho Cruz, por exemplo, expressou sua opinião em um texto publicado em 10 de outubro de 2010, afirmando que o serviço “aciona sua metralhadora fotográfica indiscriminadamente e sem trégua”, e que se sentia como estar dentro de uma vitrine, totalmente exposto.

No entanto, as preocupações levantadas sobre as questões sobre o direito a privacidade não foram suficientes para interromper o trabalho de mapeamento do Google. Depois de mapear as principais capitais, o serviço seguiu para o interior da nação, e em dezembro de 2011, os veículos do Google começaram a captar imagens da maior cidade do extremo sul da Bahia, Teixeira de Freitas.

Na cidade, a passagem do carro do Google Street View despertou a curiosidade da população e, segundo registros, não houve resistência significativa ao serviço nem incidentes foram registrados. Supõe-se que grande parte das pessoas capturadas pelas câmeras, com seus rostos desfocados, não sabiam exatamente do que se tratava e até hoje não sabem que suas imagens estão registradas no serviço. 

Já aqueles que estavam informados demonstraram simpatia pela ideia de ver a cidade incluída no catálogo do Google Street View. Na época, um leitor do site de notícias local SulBahianews, por exemplo,  enviou fotos e um texto à redação do digital, comunicando com entusiasmo a presença dos carros do Google pelas ruas da cidade.

As imagens e o relato foram publicados na coluna “Você Repórter” do site que na ocasião destacou de forma positiva que cidades da região, como Itabuna e Ilhéus, também estavam sendo registradas pelo moderno carro  captador de imagens do Google Street View.


Assim, a entrada de Teixeira de Freitas no catálogo do Google Street View em 2011 simbolizou a integração da cidade ao mundo digital e à sociedade da informação que avançava para uma nova era. Esse processo de mapeamento trouxe benefícios em termos de acessibilidade e visibilidade, permitindo que pessoas de todo o mundo possam explorar virtualmente as ruas e estruturas da cidade e hoje, uma melhor eficácia de alguns serviços, como, por exemplo, os dos transporte por aplicativo.

Contudo, é fundamental analisar criticamente o avanço da tecnologia e suas implicações sociais, buscar ter  compreensão desses processos e o modo como nos relacionamos com os avanços tecnológicos e o quanto estamos atentos à apropriação da rede e suas franquias a nossas privacidade e informações, já que  a captura e disponibilização dessas imagens não são isentas de interesses econômicos e políticos, uma vez que essas empresas buscam acumular dados e controlar o fluxo de informações, manipular e lucrar com esse tipo de serviço.

Daniel Rocha da Silva*

Historiador graduado  e Pós-graduado em História, Cultura e Sociedade pela UNEB-X.

Contato WhatsApp: ( 73) 99811-8769 e-mail: samuithi@hotmail.com

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