História de Teixeira de Freitas : A Reeleição de Dr. Wagner  - Parte III



Por Daniel Rocha

No dia 7 de outubro de 2000, Teixeira de Freitas acordou em clima de festa, com o sol brilhando e a animação das eleições no ar. A cidade se preparava para um evento que prometia ser mais do que uma simples comemoração: era a celebração da reeleição do prefeito Dr. Wagner Ramos de Mendonça, um momento que ia ficar na memória de todo teixeirense.

Com a primeira-dama, Dra. Vera Mendonça, e a vice-prefeita, Concita Pinto, ao seu lado, o prefeito organizou uma festa que, segundo ele, tocaria o coração do povo. Quando a tarde começou a avançar, a Avenida Marechal Castelo Branco se transformou num verdadeiro palco animado.

O jornal O Extremo Sul não economizou nas palavras e anunciou que a festa, que começou no sábado, durou nada menos que 22 horas e juntou cerca de 40 mil pessoas na praça central! Um dos maiores eventos políticos que a cidade já tinha visto, especialmente considerando que Teixeira estava só com 15 anos de emancipação.

Com tantos moradores por ali, a maioria da cidade saiu para a avenida, dançando e celebrando a vida. E o melhor: era uma festa que ia muito além da política, atingindo a essência do que é ser teixeirense, todo mundo encantado com atrações de peso. Para garantir que a música não parasse, dois trios elétricos estavam à disposição.

As 16 bandas que se revezaram no palco levaram alegria à multidão, tocando de tudo um pouco, do forró ao samba. Grupos como Tôatoa, Prabalar e Fantasia do Samba animaram a Avenida Marechal como se fosse uma orquestra de animação, enquanto artistas locais como Val Paraíba, Nonato e Vitor Vidigal deram um toque especial, unindo a todos em um só canto.

O ponto alto da festa foi quando o Dr. Wagner subiu ao trio elétrico. Ele estava visivelmente emocionado e, ao pegar o microfone, começou a agradecer ao público. Seu discurso, sincero e cheio de emoção, foi menos formal do que o normal, mostrando um lado mais humano do político. Ele reafirmou seu compromisso com o crescimento da cidade e prometeu trabalhar duro nos próximos quatro anos.

Mas, com o passar do tempo, dá pra perceber que, por trás de toda aquela espontaneidade, havia uma estratégia política bem bolada. Ao prometer mais quatro anos de dedicação ali no meio da festa, Dr. Wagner não estava só celebrando a vitória; estava também criando um laço emocional com a população. Ele reforçou sua imagem como alguém fundamental para o progresso de Teixeira de Freitas.

Dessa forma, a festa, considerada uma das maiores da cidade, mostrou como o poder político usava eventos públicos para se conectar com o cotidiano do povo. No final das contas, ficou claro também que, naquele contexto, governar não era só cuidar das ruas e serviços; era também formar um “pacto” com a população, renovando os laços comunitários e afastando a visão mais crítica.

Em resumo, no geral, as eleições de 2000 não apenas marcaram o início de um novo modelo de disputa política no Brasil, com a introdução do voto eletrônico e a permissão para reeleições, mas também apontaram para a crescente complexidade das alianças e da gestão local.

Por fim, neste contexto, em Teixeira de Freitas, Wagner Mendonça representou essa transição, utilizando o poder de alianças, a mobilização popular e a visibilidade midiática para consolidar sua liderança, ao mesmo tempo em que revelava os desafios de perpetuar uma agenda governamental em um cenário marcado pela volatilidade das lealdades políticas e pelas demandas de uma sociedade em transformação.

Daniel Rocha da Silva

Historiador graduado e pós-graduado em História, Cultura e Sociedade pela UNEB-X.

Contato: WhatsApp: (73) 99811-8769 | E-mail: samuithi@hotmail.com

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