No início da década de 1980, o regime militar mostrava sinais de fraqueza, enquanto partidos e a sociedade civil organizada se mobilizavam nas capitais e no interior para reivindicar a volta da democracia e o fim da supressão dos direitos constitucionais.
Em 1982, os protestos de rua contra a ditadura ganharam impulso às vésperas das eleições diretas para governador, a primeira desde o golpe militar de 1964.
Durante o carnaval de 1981, em Caravelas, a população já se manifestava por meio de uma marchinha carnavalesca composta por um morador da cidade. Uma reportagem da época indicou que os foliões usaram a liberdade proporcionada pelo carnaval para ocupar as ruas e criticar o general João Figueiredo, então presidente do Brasil.
Conforme o jornal, a canção popular de Clodomir Siquara foi entoada como forma de protesto contra o regime, denunciando a precária situação do abastecimento nacional e a escassez de petróleo, resultado da ineficácia do governo frente a uma crise internacional anunciada. Assim, os foliões cantavam, brincavam e protestavam durante o carnaval de 1981:
Ainda segundo o jornal, a música alcançou grande popularidade durante os quatro dias de carnaval, evidenciando a disposição dos foliões para o protesto, que já vinha sendo organizado nas principais capitais do país. Esse movimento, que ganhou força no final de 1982, se consolidou definitivamente em 1983 e 1984 com as campanhas pelas “Diretas Já”.
Daniel Rocha da Silva*
Historiador graduado e Pós-graduado em História, Cultura e Sociedade pela UNEB-X.
Contato WhatsApp: ( 73) 99811-8769 e-mail: samuithi@hotmail.com
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