Teixeira de Freitas 1997: Um assalto a banco que assustou a cidade






Por Daniel Rocha

Teixeira de Freitas, BA, janeiro de 1997. Uma das principais  vias centrais da  capital do extremo sul,  Rua Lomanto Júnior,  foi transformada em um cenário de um faroeste urbano depois que um grupo de assaltantes invadiu a agência bancária do Banco Itaú, roubando dinheiro e fazendo reféns. Mas qual era o real objetivo dos assaltantes? Para onde fugiram? Quais foram as consequências  do ato para o bando? Como a notícia assustou a cidade? 

No final da manhã de segunda-feira, 15 de janeiro, um grupo de  assaltantes invadiram a agência bancária do banco Itaú e ordenaram que todo o dinheiro fosse entregue a eles. A segurança conseguiu acionar a rádio patrulha da polícia que não demorou a cercar a agência, a fim de capturar o bando. 

Definitivamente, os moradores locais nunca haviam presenciado uma incursão criminosa tão explícita e pública. Conforme a lembrança de populares ouvidos,  a população,  curiosa com o movimento, aglomerou-se na rua em frente ao banco.  Os bandidos, buscando um meio para realizar a fuga do lugar,  tomaram alguns funcionários como refém.

Na sequência,  um dos assaltantes,  apontou uma arma para cima e disparou diversos tiros, assustando as pessoas que estavam aglomeradas na rua observando. Houve um início de troca de tiros. Um refém ficou ferido. Como já haviam percebido o risco, a polícia local teve que recuar, estrategicamente, para resguardar os curiosos. Chegando ao automóvel que estava estacionado na porta, os membros do bando entraram com  reféns e fugiram em alta velocidade. 

Na região do município de Medeiros Neto, reféns foram liberados e  a quadrilha seguiu  por estradas vicinais no estado de Minas Gerais, onde a polícia mineira já estava avisada sobre a possibilidade do uso da rota para fuga.

Nesse espaço de tempo o burburinho na cidade era grande, a equipe jornalística das emissoras de rádio a todo tempo interrompia a programação para informar qualquer notícia relacionada a fuga dos assaltantes e o trabalho da polícia,  gerando expectativa, medo e ansiedade. Parecia o assalto perfeito.

Contudo, já no final da tarde, a notícia que corria era que a polícia teria interceptado a quadrilha na região da fronteira, versão que também começou a ser informada pelo jornalismo da TV Sul Bahia, em plantão, e nos programas de rádio que informaram a libertação dos sequestrados. 

Logo depois já estava confirmado que cinco assaltantes tinham sido mortos no confronto com a PM de Minas Gerais, na cidade de Serra dos Aimorés, próximo à divisa com a Bahia. A notícia que os assaltantes tinham fugido em direção ao município mineiro também deixou a população da fronteira assustada.

Conforme noticiou os jornais da época, dois  dos bandidos do bando, apesar de baleados, sobreviveram. Com eles, a polícia encontrou 10 revólveres, uma metralhadora, três pistolas nove milímetros, uma escopeta calibre 10 e 250 cartuchos, além de um telefone celular.

Um dos sobreviventes, conhecido como o "Coroa", a partir de declarações prestadas à Polícia Civil de Nanuque (MG), revelou que o principal interesse do bando era  roubar um carro-forte que transportava o pagamento dos funcionários da antiga Bahia Sul Celulose.

Ainda conforme, a informação de que o carro-forte estava transportando o pagamento dos empregados da Bahia Sul teria sido de um funcionário da própria empresa que  falou com o chefe do bando, "Santos", morto no  tiroteio com a PM mineira, a hora e o dia em que o carro com os malotes chegaria. 

O detido, também disse desconhecer a identidade do informante e  maiores detalhes sobre. Após a prisão e morte dos assaltantes, o assunto seguiu sendo comentado por alguns dias com espanto, pois, definitivamente, os moradores nunca haviam presenciado nada semelhante.

Daniel Rocha e historiador graduado e Pós-graduado em História, Cultura e Sociedade pela UNEB-X de Teixeira de Freitas – BA*

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Fontes:

Ladrões de banco iam atacar carro-forte. Jornal A tarde. 17/01/97. Acervo site tirabanha.


 


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