Alcobaça 1875 - Tempestade de granizo deixou a cidade devastada
Por Daniel Rocha
Cartas antigas enviadas aos jornais são um tesouro histórico. Elas nos permitem compreender um pouco sobre a visão das pessoas da época sobre determinados fenômenos e o que elas achavam interessante compartilhar com o mundo.
Um exemplo disso é uma carta escrita por um caravelense, que não teve o nome divulgado, que foi publicada no jornal O Diário de Notícias e republicada pelo O Globo em de 31 de outubro de 1875. Nela, o autor descreve que uma forte tempestade atingiu a cidade, então vila de Caravelas, onde morava, e a de Alcobaça, vila vizinha, que ficaram prejudicadas.
Segundo o relato do autor, a tempestade que caiu no dia 25 de outubro foi acompanhada de trovões assustadores e pedras de gelo do tamanho de um ovo de pomba que caíram do céu. Embora não tenha causado muitos danos em Caravelas, a tempestade foi devastadora em Alcobaça, como também relatou o autor da carta.
Em Alcobaça, segundo narra a carta, o granizo pesado, com mais de um quilo, destruiu o cruzeiro, as portas e a claraboia da igreja, além de ter destelhado várias casas e ter colocado a vida de moradores pescadores em risco. “Um pescador que estava no rio foi até arremessado pela fúria do temporal, mas felizmente sofreu poucos ferimentos”.
Como exposto, os relatos antigos feitos através de cartas enviadas a jornais são um verdadeiro portal para o passado, permitindo-nos ter uma noção do olhar popular das pessoas diante das adversidades temporais e aspectos da vida de uma época distante. Por fim, esses relatos, como um álbum de fotografias, podem nos transportar para além do tempo e para um momento tão diferente do nosso presente.
Daniel Rocha da Silva*
Historiador graduado e Pós-graduado em História, Cultura e Sociedade pela UNEB-X. Contato WhatsApp: ( 73) 99811-8769 e-mail: samuithi@hotmail.com
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