História de Teixeira de Freitas - A Reeleição de Dr. Wagner - Parte II
Por Daniel Rocha
Logo após sua reeleição, consolidando-se como o primeiro prefeito reeleito da história da cidade, Wagner Mendonça concedeu uma coletiva de imprensa no Lord Plaza Hotel. Ao lado de Concita Pinto, sua vice-prefeita, fez um balanço de sua campanha e apresentou as metas para o novo mandato.
De acordo com o periódico Folha Rural, Wagner destacou que sua campanha foi marcada por ataques pessoais e calúnias, mas que, apesar das provocações de seus adversários, ele manteve uma postura pacífica, focando em propostas concretas para o futuro do município.
O reeleito também aproveitou a ocasião para desmentir um boato que circulou nos momentos finais da campanha, afirmando que não havia feito acordo com a família Pinto para renunciar ao cargo e abrir caminho para Concita assumir a prefeitura, permitindo que ele se candidatasse a deputado federal em 2002.
Wagner negou veementemente essa falsa informação, reafirmando seu compromisso com os quatro anos de mandato e com a cidade. No entanto, é sabido que alianças políticas em períodos eleitorais frequentemente envolvem negociações para futuros cargos, o que pode ter alimentado os rumores de que seria para além do convencional. Uma prática ainda hoje vista.
Em termos administrativos, ao ser questionado, Wagner apresentou os principais projetos de sua nova gestão. Entre as prioridades, destacou a criação de um Conselho Comunitário de Segurança, em parceria com a Polícia Militar, com o objetivo de enfrentar a crescente criminalidade no município.
A proposta pode ser vista como uma resposta à preocupação da população que estava focada na possível instalação de um presídio na cidade e no aumento da criminalidade que isso poderia gerar, mostrando habilidade do gestor de valorizar pautas de cunho social que impactaria de forma possitiva o cotidiano da população.
Na área de saúde, sua principal bandeira junto à educação, o prefeito destacou o papel de sua esposa, Dra. Vera, à frente da Secretaria Municipal de Saúde, mencionando a expansão da rede municipal de saúde. Durante seu primeiro mandato, ele encontrou apenas três unidades de saúde em funcionamento e entregou 20 ao final do período, um compromisso digno com um melhor acesso da população mais pobre a uma saúde preventiva e não apenas curativa.
Em relação às obras de infraestrutura, Wagner prometeu dar continuidade à pavimentação e ao saneamento básico, especialmente em áreas críticas, como as avenidas Padre Anchieta e Kaikan, que enfrentavam problemas graves de escuridão, lama e poeira, dificultando a mobilidade dos moradores que já havia reivindicado através de reuniões com o prefeito.
Perguntado, ele reafirmou também seu compromisso em acabar com os alagamentos nas proximidades do Shopping Teixeira Mall, mas fez questão de ressaltar que só seria possível depois da execução de um projeto de microdrenagem que já havia apresentado à Embasa.
As obras de microdrenagem foi executada e concluída nas gestões seguintes, começando com o governo do Padre Aparecido (2004 - 2012) . Durante a administração de João Bosco ( 2013 - 2016), foi criado o Fundo Municipal de Saneamento Ambiental que permitiu maiores investimentos em infraestrutura. Já a macrodrenagem da região do shoping foi finalizada e entregue em 2023 pelo atual prefeito Marcelo Belitardo, releito este ano.
No final da coletiva, Wagner destacou também que iria dar início no segundo mandato da sonhada pavimentação da Avenida Getúlio Vargas, principal via de acesso à cidade, como parte de um esforço maior de modernização urbana, do trevo da cidade até o estádio municipal. O anúncio foi recebido com aplausos pelos presentes. As obras de pavimentação da avenida foram concluídas em 2001. A pavimentação da Avenida Kaikan foi finalizada em 2004.
Apesar do entusiasmo inicial e do impacto positivo das obras, Wagner não conseguiu eleger seu sucessor em 2004. Pouco tempo após o início de seu segundo mandato, ele rompeu com sua vice-prefeita, Concita Pinto. Vale destacar que, durante uma coletiva de imprensa, a vice foi completamente ignorada pelo jornal, que não registrou nenhuma de suas falas, evidenciando uma época de diferenciações escludentes paras as mulheres.
No fim das contas, a tal "incapacidade" de Wagner em eleger um sucessor foi um daqueles mistérios da política. Apesar dos "grandes avanços" e da popularidade, faltou aquele detalhezinho básico: um plano de longo prazo e alianças mais duradouras. Sem isso, a continuidade da agenda virou lenda. Curioso é que, na entrevista da vitória, os projetos foram recebidos com tanto entusiasmo, como se tivessem descoberto a cura para todos os males da cidade... Só que não. (No próximo texto, a super festa da vitória!).
Daniel Rocha da Silva*
Historiador graduado e Pós-graduado em História, Cultura e Sociedade pela UNEB-X.
Contato WhatsApp: ( 73) 99811-8769 e-mail: samuithi@hotmail.com
O conteúdo deste Site não pode ser copiado, reproduzido, publicado no todo ou em partes por outros sites, jornais e revistas sem a expressa autorização do autor. Facebook.
Comentários