O pacote que chega, o sentido que fica


Por Daniel Rocha

Hoje em dia, é fácil: a gente clica e pronto. O que antes exigia sair de casa, enfrentar fila e carregar sacolas, agora chega na porta em poucos minutos. Claro, isso custa um pouco mais, mas a sensação de receber algo novo embalado só para gente dá aquela alegria rápida. É o feitiço do consumo: acreditar que ter é o mesmo que ser.

Mas aí vem o filósofo Schopenhauer e corta o barato: segundo ele, felicidade mesmo não existe. O que temos é uma luta constante contra o sofrimento e o tédio. Talvez seja por isso que comprar e receber coisas pareça uma forma de escapar do vazio.

Só que o problema não está no pacote, mas em como a gente enxerga as coisas. Muitas vezes, chamamos de fracasso o que, na verdade, poderia ser visto de outro jeito. O peso de cada problema depende do critério que usamos para medir.

E se aquele “fracasso” não fosse fracasso de verdade? E se fosse só uma nova chance de olhar diferente?

O  entregador pode trazer um pacote com um celular, um sapato, um livro. Mas o sentido real não está no que vem dentro. Está no jeito como você recebe aquilo. No fim, não é o objeto que importa. É o significado que você escolhe dar a ele.

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