Teixeira de Freitas (2000) – A informatização do SAC Municipal




Por Daniel Rocha

No dia 8 de março de 2000, coincidindo com o Dia Internacional da Mulher, Teixeira de Freitas-BA, ‘vivenciou um episódio que se inscreveu na trajetória de sua modernização administrativa local’, divulgou na época o local “Jornal  Folha Rural”.

A inauguração do novo sistema de informatização do Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC) Municipal foi noticiado, à época, não apenas como um avanço técnico, mas também como um marco simbólico na relação entre poder público e os anseios populares.

Segundo o jornal, a cerimônia oficial realizada no local, reuniu figuras importantes da política estadual e municipal. Estiveram presentes o então prefeito Wagner Mendonça, o secretário estadual de Justiça e Direitos Humanos, Heraldo Rocha, além de secretários municipais e outros representantes do governo da Bahia. 

Na ocasião, Carlos Lordelo, da Secretaria Estadual de Planejamento, Tecnologia e Ciência, destacou o protagonismo de Teixeira de Freitas, que se tornava referência na implantação do SAC — resultado direto da primeira gestão do prefeito Wagner Mendonça.

Em sintonia com a data comemorativa, o secretário Heraldo Rocha anunciou a criação da Delegacia de Proteção à Mulher, iniciativa que buscava homenagear as mulheres teixeirenses e ampliar a rede de proteção social na cidade.

Ainda de acordo com o periódico, o projeto de informatização foi viabilizado por meio de parceria com o governo estadual e equipou o SAC com 18 computadores, impressoras de última geração, softwares atualizados e capacitação completa dos servidores.

Ainda conforme, a nova estrutura permitiu maior agilidade no atendimento, reforçou a segurança dos dados e criou um banco de informações mais confiável, superando os problemas dos sistemas anteriores, já defasados.

Outro destaque foi a integração com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), que trouxe à cidade a tecnologia de geoprocessamento — presente em apenas 21 municípios baianos na época. Essa ferramenta abriu novas possibilidades para o planejamento urbano, facilitando obras de pavimentação, redes de esgoto e melhorias sanitárias.

Dessa forma, “tudo passou a ser feito no computador”— ou quase tudo. Apesar dos avanços, a informatização não eliminou todos os entraves da gestão pública. A falta de integração entre o SAC e outras secretarias mantinha serviços burocráticos e fragmentados, revelando limitações estruturais que a tecnologia, por si só, não resolveu, mostrando que diferente do discurso político, a realidade era ainda mais complexa.

A fotografia registrada no dia da inauguração mostra servidores, populares e moto-taxistas reunidos em frente à Prefeitura e ao prédio do SAC. A cena revela   um dos apoios sociais que o prefeito mantinha, com alianças que legitimavam sua gestão e que reforçavam sua imagem de administrador eficiente, tão bem divulgada pelo jornal.

Nos anos seguintes, especialmente durante o segundo mandato de Wagner Mendonça (2001 – 2004), os efeitos da informatização seriam sentidos na reconfiguração urbana e na consolidação de uma administração vista como moderna e realizadora,  ainda que o avanço tecnológico anunciado não tenha eliminado toda burocracia existente.

Daniel Rocha – Historiador graduado e pós-graduado em História, Cultura e Sociedade pela UNEB-X.


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