Porto Seguro 1993 – Turismo, acidentes e mortes

 


Por Daniel Rocha*

Em 1993, Porto Seguro, BA, se consolidou como um dos principais destinos turísticos do país.  Na época, a histórica cidade colhia os frutos do sucesso da década de 1980, quando se popularizou embalada pelo marketing music do axé e políticas de incentivos. Dois acidentes fatais também marcaram a história desse famoso verão.

Animados pelo som do axé music, gênero musical que exalta a liberdade, a sexualidade e a cultura popular baiana através de suas letras e danças que falam de amor e liberdade, e da lambada e uma miscelânea de sons que agitava o verão, turistas chegavam à cidade “em busca de prazer e da sua própria sexualidade”, destacou um jornalístico da época. 

Nas badaladas praias em evidência, os turistas encontravam à disposição diversas barracas à beira mar, grandes festas de rua com a apresentação de trios elétricos, lindas praias e serviços que disponibilizava passeios de Jet Ski e Banana Boat (uma boia em forma de banana puxado por uma lancha) que além da diversão provocaram acidentes fatais.   

No primeiro dia do ano de 1993, primeiro de janeiro, por exemplo, um Jet Ski atropelou uma garota que tomava banho no mar próximo à popular Cabana Chapéu. Relatos da época sobre o acidente narram que a garota teria sido atropelada pela moto aquática quando estava nas margens da praia onde também se encontrava outros banhistas.  

Ainda de acordo com relatos da mídia local e nacional, alguns condutores de lanchas e jet skis, com regularidade, ultrapassaram os limites de velocidade e costumavam fazer malabarismo no mar em locais proibidos próximas a área reservada para os banhistas. 

No mesmo mês, janeiro, um garoto de dez anos que conduzia uma Jet-ski colidiu com uma Banana Boat lotada com turistas que visitavam a cidade. Com o impacto a boia virou no mar e os tripulantes acabaram caindo na água. Dois morreram afogados e outros três ficaram gravemente feridos.

Após as mortes, a capitania dos portos de Porto Seguro estabeleceu regras e limitou a presença desses veículos no litoral. O relato do acontecimento faz lembrar que o turismo traz custos e benefícios econômicos e não econômicos para a cidade anfitriã e diversos problemas para os moradores e visitantes. 

Daniel Rocha*

Historiador graduado e Pós-graduado em História, Cultura e Sociedade pela UNEB-X.  Contato WhatsApp: (73) 99811-8769 e-mail: samuithi@hotmail.com 

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Fontes:

Caça ao Banhista. Revista IstoÉ.  02 de fevereiro de 1996.

Anais do Senado Federal – Volume 20. 

Imagem meramente ilustrativa: Google Imagens

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