Relatos sobre uma bomba na “Escola Modelo”

 




Por Daniel Rocha 

Não é fácil compreender os motivos que geram a violência e o vandalismo quando tratamos dos espaços escolares. Ao longo da história alguns casos marcaram a cidade de Teixeira de Freitas, BA, que já tem um histórico ruim em relação a este tema.  

Em 2012, por exemplo, um adolescente de 17 anos, de uma escola estadual, Ruy Barbosa, foi assassinado com tiros na Avenida Getúlio Vargas, por outro estudante, quando estava indo embora para casa. Segundo informações, os dois haviam discutido na quadra do colégio após uma partida de futsal.  

Em março de 2018, uma professora de uma escola do município, Escola Cléria das Graças Figueiredo Pinto, foi agredida por uma aluna adolescente depois que a mesma repreendeu seu mau comportamento. O acontecimento repercutiu e chocou a comunidade local, já perturbados com novos e antigos relatos de vandalismo nas escolas da cidade. 

Como o fato ocorrido no início da década de 2000, fevereiro de 2002, quando segundo um tele jornal local, uma bomba de fabricação caseira foi colocada por alunos no banheiro de uma das melhores escolas da cidade, Colégio Estadual Luís Eduardo Magalhães – COLEM, hoje CEETEPS. 

De acordo com a reportagem exibida por um noticiário da TV Sul Bahia, na época retransmissora do SBT, o caso, que foi tratado de forma sigilosa pela direção da escola não havia chegado ao conhecimento de todos os alunos até a gravação da reportagem. 

Ainda conforme com a manchete, procurada a direção não quis gravar entrevista, mas falou por telefone que aguardava o laudo final da perícia para se manifestar e que preliminarmente já se sabia que a bomba tinha potencial de destruir todo segundo andar do prédio. Mas quem teria colocado a bomba e porquê?   

Com as informações que conseguir levantar sobre o fato não é possível responder de forma satisfatória essa pergunta, mas segundo os relatos de um antigo trabalhador da escola, residente no centro da cidade, que conversou sob condição de anonimato, a disciplina rigorosa foi o grande motivador do ato.  

Na época, a escola, então recém inaugurada, era apresentado como um “Colégio Modelo”, devido sua boa estrutura, propaganda política, melhores professores e alunos oriundos de escolas públicas e privadas. Qualidades que despertou expectativas na cidade que esperava muito para o futuro dos alunos. 


Reportagem no Local

Ainda de acordo com o antigo trabalhador, essa expectativa refletia no rigor da disciplina no espaço escolar e na didática de alguns professores sempre ávidos por bons resultados. Tudo isso teria levado dois alunos a deixarem no banheiros a bomba que assustou a direção da escola.  

Para os estudiosos da violência e do vandalismo em espaço escolar, esses tipos de reações são reproduções de comportamentos presenciados em outros espaços sociais como, família, casa, na rua, videogames, cinema, televisão e também pode ser relacionado as divisões sociais e a luta de classes. Como é possível notar, de fato, não é fácil compreender e apontar um motivo quando se refere a esse tipo de ocorrência nos ambientes escolares. 

Fontes: 

Violência nas Escolas. Repórter Câmara 2018: 

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