Por Daniel Rocha
Em 1997, o então prefeito da cidade, Wagner Mendonça, expressou descontentamento em relação aos dados do IBGE que foram divulgados na época. Naquele ano, o Censo indicou apenas 94 mil moradores no município, um número muito aquém das expectativas das lideranças políticas e empresariais da região. No entanto, surge a pergunta: por que isso ocorreu? O que levou a essa discrepância entre as estimativas locais e os dados oficiais do Censo?
O prefeito baseava-se em dados da Fundação Nacional da Saúde e de outros órgãos, que apontavam que a população local estivesse próxima de 120 mil habitantes. Essa discrepância entre os dados do Censo e as estimativas locais gerou debates acalorados sobre a metodologia e precisão do levantamento demográfico.
O prefeito e outras autoridades acreditavam que a cidade havia crescido consideravelmente nos anos anteriores e, portanto, o número oficial do Censo não refletia a realidade de outros dados, como o número de pessoas cadastradas e atendidas pelos serviços públicos.
Segundo uma nota publicada no jornal A tarde, no dia 11 de julho de 1997, o prefeito estudou a possibilidade de solicitar ao IBGE a recontagem da população de Teixeira de Freitas: “O Censo de 96 apontou 94 mil moradores no município, número muito aquém. Wagner acredita que a população local esteja perto de 120 mil habitantes”.
Contudo é importante considerar a complexidade dessa dinâmica demográfica que levou a essa discrepância. Embora as autoridades locais sempre tenham esperado que suas demandas e necessidades fossem refletidas no censo, a realidade nem sempre pode ser completamente expressa nas pesquisas. Isso se deve ao fato de Teixeira de Freitas ser uma cidade polo e universitária, o que resulta em uma população flutuante.
A presença de uma população flutuante composta por estudantes, trabalhadores temporários e outros grupos transitórios influencia os números do censo e apresenta desafios para a obtenção de um retrato preciso da população total da cidade.
Um resultado mais próximo da realidade interessava o prefeito que em seu primeiro mandato 1997 - 2000 e no segundo, 2001 - 2004, investiu na construção de escolas e Unidades Básicas de Saúde e organização urbana, projetos que demandavam contrapartidas federal e estadual , obtidas de acordo com o tamanho populacional.
Essa característica deve ser levada em consideração ao interpretar os resultados do censo e ao planejar a organização municipal que considerem os diferentes grupos demográficos presentes na cidade e a adaptação das políticas públicas de acordo com as flutuações populacionais que tanto chamou a atenção e despertou a desconfiança do prefeito Wagner Mendonça e da sociedade civil organizada em 1997.
No presente, 2023, de acordo com o IBGE, a população da cidade de Teixeira de Freitas, localizada no estado da Bahia, chegou a 145.223 pessoas, conforme indica o Censo de 2022, o que representa um aumento de 4,97% em relação ao Censo de 2010 e isso mostra que o crescimento populacional em Teixeira de Freitas continua a ocorrer de forma constante e diversa.
Daniel Rocha da Silva*
Historiador graduado e Pós-graduado em História, Cultura e Sociedade pela UNEB-X.
Contato WhatsApp: ( 73) 99811-8769 e-mail: samuithi@hotmail.com
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