História de Teixeira de Freitas - Acidentes fatais na ladeira da Cascata

 



Por Daniel Rocha


A BA-290,  já foi cenário de  trágicos e graves acidentes envolvendo trabalhadores formais e informais, que expuseram, as condições precárias  da estrada e os riscos  enfrentados pelos trabalhadores precarizados ou não, isso é o que revela dois acidentes ocorrido na conhecida ladeira da Cascata em diferentes épocas, ano 1970 e no ano 2000.

A rodovia, inaugurada na década de 1960, tem um histórico sombrio de acidentes graves, especialmente no trecho conhecido como ladeira da Cascata. Em 1970, um caminhão carregado de materiais para a construção de uma casa de veraneio em Alcobaça capotou  no local, matando os jovens trabalhadores Roberto Reuter e Leôncio Costa. Na ocasião, outros sete trabalhadores, incluindo um carpinteiro e um pedreiro, ficaram feridos.

O caminhão, que transportava uma carga pesada, perdeu o controle e tombou várias vezes antes de colidir com uma árvore. Os sobreviventes receberam os primeiros socorros em Teixeira de Freitas, e o prefeito de Serra dos Aimorés, Arno Otto, que havia contratado o serviço, foi convocado para prestar esclarecimentos às autoridades baianas, contudo, não foram encontrados mais registros sobre o desenrolar do fato.

Já em 17 de junho de 2000, conforme relato do jornal Alerta, um ônibus da empresa Florestal S/A, transportando funcionários para o trabalho, capotou na BA-290, no  mesmo trecho conhecido como ladeira da Cascata. O acidente resultou na morte do trabalhador Conceição Correia, de 31 anos, a única vítima fatal.

O corpo do trabalhador ficou preso sob o ônibus. Não se sabe se ele tentou saltar antes do capotamento, se o corpo foi jogado com o impacto, nem quantos trabalhadores estavam a bordo no momento do acidente. 

Na época, o delegado Dr. Jorge da Silva Nascimento declarou que aguardava o laudo pericial para determinar as causas do acidente, já que o motorista, que fugiu após o ocorrido, alegou falha ao engatar a marcha, perda dos freios e consequente capotamento.

Em resumo, nos episódios relatados – nos anos de 1970 e 2000, com base em relatos jornalísticos – percebe-se uma constante deficiência na divulgação das informações  nos jornais relativas aos vínculos empregatícios e às condições viárias que podem ter sido fatores contribuintes para os acidentes. Tais aspectos  chaves para a compreensão das circunstâncias que levaram e ainda levam a tais desastres na área.

Por fim, concluímos, por ora, que a falta de normas regulamentadoras e de uma fiscalização efetiva converteram, em duas ocasiões distintas, a descida da Cascata em um cenário de morte e quietude, onde as tragédias ocorrem com frequência e raramente são objeto de divulgação mais  profundas.


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