Teixeira de Freitas 40 anos – O Censo Popular de 1969

 


Por Daniel Rocha

Muito antes de Teixeira de Freitas ser reconhecida nos mapas oficiais, dois freis católicos, Nicolau e Orlando, decidiram registrar por conta própria o retrato de um povoado que crescia silenciosamente. Em 1969, movidos pelo cuidado pastoral e pela curiosidade diante do avanço da comunidade, eles percorreram seus núcleos e reuniram dados preciosos que, hoje, ajudam a entender os primeiros passos dessa cidade que completa quatro décadas.

População e moradia

Naquele ano, o povoado já contava com 930 famílias, número expressivo para um local que ainda não era município. Como era comum mais de uma família viver sob o mesmo teto, os freis estimaram a existência de mais de 500 casas espalhadas por diferentes pontos da região.

Escola e estudantes 


A educação começava a se estruturar com 6 escolas em funcionamento, atendendo cerca de 488 alunos. Eram espaços muitas vezes improvisados, mas que sustentavam a esperança de famílias que apostavam no estudo como chave para um futuro melhor.

Religião e fé popular


A fé desempenhava papel central na vida cotidiana: o levantamento registrou 765 famílias católicas, 20 batistas e a presença de 2 igrejas evangélicas. O catolicismo, predominante, estava enraizado na cultura e nas tradições locais, influenciando celebrações, valores e até decisões comunitárias.

Economia em movimento

Mesmo ainda em fase inicial, a economia local dava sinais de organização: havia 3 serrarias em atividade, refletindo a importância da madeira para a região. O comércio era modesto, mas ativo, com 12 bares e 4 lojas, pontos de encontro e abastecimento para os moradores.

O levantamento de 1969 revela que, mesmo sem status político ou visibilidade oficial, Teixeira de Freitas já era uma comunidade vibrante, com estruturas sociais, religiosas e econômicas em plena formação. E o mais importante: com uma população movida pela fé, pelo trabalho e por grandes sonhos.


Daniel Rocha da Silva


Historiador graduado e pós-graduado em História, Cultura e Sociedade pela UNEB-X.


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Foto: Centro Comunitário Nossa senhora Aparecida

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